terça-feira, 14 de maio de 2019

Década de 70 do Cinema Brasileiro

Troféu Coruja de Ouro, prêmio máximo do cinema brasileiro

“DÉCADA DE 70 do Cinema Brasileiro”


Não há a menor dúvida que a década de 70, época muito difícil da ditadura, foi muito importante para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Havia o Instituto Nacional do Cinema. Havia a Embrafilme. Teve a realização do 1º Congresso da Indústria Cinematográfica Brasileira em 1972, buscando uma saída sustentável para a indústria.

Nele nasceu a ideia de um Conselho Nacional do Cinema. O Concine que substituiu o INC em 1976, que se originou mais tarde na Agencia Nacional de Cinema. Foi a época do importante cinema novo, que lançou o cinema brasileiro em todo mundo, das pornochanchadas, da criação do Festival de Gramado em substituição a interdição provisória da ditadura do Festival de Brasília, foi também a época do fechamento de dezenas de salas de cinema que não cumpriam a quota de exibição obrigatória de filmes nacionais, foi a época da mecanização dos ingressos padronizados, do fortalecimento dos laboratórios de revelação e sonorização de filmes.

Isso tudo sem esquecer da festa do troféu “Coruja de Ouro” onde acontecia a premiação máxima do cinema brasileiro


Florinda Bolkan recebe o premio  Coruja de Ouro de Carlos Guimaraes de Matos Jr

A produção de filmes nessa década se aproximava de 80 ou mais filmes por ano. Também foi a época da Censura onde muitos filmes foram impedidos de serem exibidos. Ao mesmo tempo havia o fato curioso de gravação de cenas do filme feitas exclusivamente para serem censuradas, livrando o verdadeiro filme da tesoura do censor. Foi a época do crescimento da Embrafilme, da entrada dela na distribuição de filmes brasileiros. Em 1975, no auge da atuação da Embrafilme, o Brasil chegou a ter 3.276 salas de cinema e um total de 275 milhões de ingressos vendidos. Nessa época também a maior distribuidora de cinema do mundo, a Cinema International Corporation, que representava aqui no Brasil as maiores produtoras de cinema dos EUA, Paramount, Metro e Universal, entra na produção de filmes no Brasil de forma ativa, como produtora principal de vários filmes. Época dos inúmeros filmes de Renato Aragão e também de Dona Flor e Seus Dois Maridos, que em 1976 bate todos os recordes com 10 milhões de expectadoras.


Época de uma diversidade muito grande de cineastas como Glauber Rocha, Leon Hishman, Joaquim Pedro de Andrade, Caca Diegues, Walter Hugo Kouri, Luiz Carlos Barreto, Zelito Vianna, Domingos de Oliveira, Mazzaropi, Alfredo Palácios,Alberto Cavalcanti, Alfredo Steinhein, Antonio Fontoura, Arnaldo Jabor, Jece Valadão, Anselmo Duarte, Roberto Farias, J.B. Tanko, Silvio Tendler, entre muitos outros, que produziram importantíssimas obras no cinema brasileiro.

Isso sem esquecer outras personalidades, como críticos como Alexy Viany, Rubens Biafora, Ely Azeredo, roteiristas como Leopoldo Serran, Fotógrafos como Dib Lutfi, Carlos Niemeyer nos jornais de tela, Jean Manzon nas reportagens etc etc etc. Há muitos nomes não mencionados.

São Paulo se dividia entre a Vera Cruz, a Boca do Lixo e a Cinedistri de Oswaldo Massaini
No Rio havia a Cinédia, Herbert Richers, a Somil, a Líder, a rua Álvaro Alvim como escritório de Tecnicos, a Atlântida, polos de grandes conversas que acabavam sempre no restaurante Fiorentina, uma espécie de clube de cineastas onde muitos contratos foram fechados lá.

Eu vivenciei tudo isso. Fui Presidente do Instituto Nacional do Cinema, fui Diretor de Operações da Embrafilme, fui Produtor Executivo da Cinema Internacional Corporation ( Paramount, Metro, Disney) fui um dos criadores e Presidente do 1º e do 2º Festival de Cinema de Gramado, fui também produtor independente nessa época. 

A revista “Filme Cultura”, da qual fui editor responsável por uns anos, inicialmente editada pelo Instituto Nacional do Cinema e depois pela Embrafilme, traz inúmeras entrevistas com os cineastas citados. As revistas ”Guias de Filme” e os catálogos “Brasil Cinema” trazem também uma documentação importantíssima






Existen muitas estórias a serem contadas.

Produção e Marketing Digital Cultural é no Talentos Mineiros 

Trofeu Coruja de Ouro 


#festivaldecinemadegramado

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